Anticoncepcionais de uso contínuo não trazem prejuízos, dizem médicos

25 de junho de 2012

anticonsepisionalGinecologistas consultados pelo O POVO dizem que as pílulas anticoncepcionais de uso contínuo não trazem prejuízos. As únicas contraindicações são as mesmas daquelas de uso pausado, como, por exemplo, a pessoas com problemas como hipertensão arterial A contracepção contínua, ou seja, a pílula anticoncepcional tomada sem a pausa de sete dias, é recomendada para o tratamento de algumas doenças ginecológicas. Foi assim que a gerente de loja Jorgeana Ferreira, 31, começou com o método. “Eu sentia cólicas muito fortes durante três dias seguidos, dores de cabeça terríveis. Minha TPM também era muito braba. Eu tinha enxaqueca, inchaço, dores nos seios. Aí minha ginecologista me falou sobre o método sem pausa, mas tinha que ser um anticoncepcional com uma dosagem mais baixa que aquele que eu tomava. Acabei optando por passar um tempo tomando”, conta. A rotina de, a cada mês, ser impedida de ir ao trabalho simplesmente desapareceu. A gerente de loja passou por um período de mais de um ano conseguindo cumprir todos os seus compromissos porque a tensão pré-menstrual e menstrual não existiam. “Agora, você precisa ser muito metódica para não esquecer nenhuma pílula. Como a dosagem é bem baixa, basta um esquecimento ou tomar num horário diferente para a menstruação vir”, alerta. As pílulas anticoncepcionais de uso contínuo não trazem prejuízos e as únicas contraindicações são as mesmas daquelas de uso pausado. Os riscos são os mesmos, segundo a ginecologista Daniele Sá, professora do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza (Unifor). “São pacientes com problemas como hipertensão arterial, enxaquecas com aura, mulheres com mais de 35 anos que fumam, pacientes que têm ou tiveram câncer de mama, entre outros”. Muitos desses problemas de saúde somados à pílula, de acordo com a professora, podem ser fortes fatores de risco para o surgimento de doenças mais graves como o acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo. Para pacientes com histórico familiar de trombose, com problema de fígado ou vesícula também não é indicado nem o método pausado nem o contínuo. Não existe qualquer relação entre a contracepção contínua e a infertilidade. Normalmente, as pacientes voltam a ovular pouco tempo depois de interromper o tratamento, conforme cita o professor do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza (Unifor), Helvécio Feitosa. “É o mesmo tempo para o uso com pausa”, conta. O tempo que a mulher usa o método, conforme defende Feitosa, também não influencia na fertilidade ou traz qualquer prejuízo para a paciente. As causas mais comuns para a recomendação médica do anticoncepcional sem pausa são doenças conhecidas como dismenorreia (menstruação dolorosa) e a endometriose. Mas hoje, conforme aponta a médica Zenilda Bruno, muitas mulheres querem ter a opção simplesmente para deixar de ter o desconforto da menstruação. “É uma opção disponível. Apesar de muitas pacientes se incomodarem com a menstruação, algumas preferem menstruar. Principalmente para ter certeza de que não estão grávidas”, diz a médica. A lenda de que a menstruação “limpa o corpo” está completamente equivocada. “A menstruação é resultado de uma falência reprodutiva. O corpo expele o óvulo que não foi fecundado. Quando se toma pílula anticoncepcional, não há ovulação, ou seja, o corpo não se prepara para ser fecundado”, explica Zenilda. O sangue menstrual em mulheres que tomam pílulas é resultado da descamação do útero. “O corpo não se prepara para menstruar”, conclui. Saiba mais Um estudo inédito com 1.100 médicos brasileiros, liderado pelo ginecologista Luciano Pompei, da Faculdade de Medicina do ABC, revela que 94% dos entrevistados já prescreveram a pílula anticoncepcional em regime contínuo, sendo 78% com o objetivo de promover o bem-estar da mulher. Conforme a pesquisa feita nas cinco regiões do País, 93% disseram que já receberam pacientes no consultório interessadas em ingressar na contracepção contínua. Especialistas afirmam ainda que a suspensão da menstruação elimina desconfortos como TPM, inchaço, dores, cólicas e variação de humor, fatores que comprometem a qualidade de vida da mulher. Em algumas profissões, como aeromoças, militares e esportistas, controlar o ciclo menstrual é um dos principais objetivos para que o dia a dia do trabalho não seja comprometido. Não existe uma contraindicação específica para o anticoncepcional de uso contínuo. Ou seja, quem não pode tomar a pílula de um jeito, também não deve fazer seu uso de outro. São pacientes com problemas como hipertensão arterial, enxaquecas com aura, mulheres com mais de 35 anos que fumam, pacientes que têm ou tiveram câncer de mama, entre outros. O método também é totalmente contraindicado para pacientes com histórico familiar de trombose; com qualquer risco de câncer de mama; com problema de fígado ou vesícula ou com enxaqueca forte. Fonte: Jornal O Povo


Compartilhe:


Comentários:

Cadastre-se para receber novidades e notícias

Instagram

Facebook