Aquietar a mente é vital para manter a saúde

11 de Março de 2014

yogaFeche os olhos, ou sua respiração, silencie… Aquietamento da mente, uma conquista, espaço de trabalho, ausência, uma forma de se conhecer, o milagre da falta de ruídos, enfim, são relativas as definições do silêncio e, apesar de sua importância vital, o ato de estar fechado para ver o que há no entorno e dentro de si é qualidade escassa e até reprimida no cotidiano da maioria das pessoas.

Permitir-se um momento dedicado para se voltar em si mesmo, parar alguns instantes e contemplar o pôr de sol, as ondas do mar ou até mesmo a própria respiração, percebendo o ar entrando e saindo calmamente, é uma forma de entrar em contato com o esquecido.

O professor de Yoga e de meditação, e coproprietário da Casa da Felicidade Centro de Yoga em Fortaleza, Nello Baia, defende ser fundamental parar e ouvir as pessoas. “Sinto que todos têm a necessidade de falar, mas precisam cultivar a necessidade de ouvir o outro”, frisa o ex-monge budista da Escola Terra Pura da China e professor de Chi Kong iniciado pela mestra chinesa Meibo Lee. Respirar consciente enquanto escuta é uma forma de acolhimento ao outro e se torna uma forma de acolher a si mesmo também.

Escuta reveladora

O ato de silenciar permite a escuta do desejo mais íntimo. Isso é algo transgressor e revolucionário. Conforme a psicóloga Lise Mary Soares Souza, mestre em Psicologia pela Universidade de Fortaleza (Unifor), pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e Yoga, e psicodramatista pela Associação Brasileira de Sociodrama e Psicodrama, os efeitos do silêncio são tão decisivos quanto os da palavra pronunciada.

“O silêncio é capaz de exprimir de maneira pura, sem ruídos de palavra, a estrutura densa e compacta do inconsciente. É, portanto, um fato clínico primeiro e ao mesmo tempo a expressão da vida psíquica. O silêncio do analista em uma sessão permite, não só a escuta das palavras, mas também do que elas não dizem. Permite a escuta das vozes interiores. O silêncio portanto, revela”, diz a psicóloga.

Na visão da coordenadora nacional da Organização Brahma Kumaris, Luciana Ferraz, o ato traz a ação transcendente de se sentir parte integrante do universo e membro de uma família humana universal. “Ao acessar e experimentar o potencial da alma, deixamos de experimentar medo e solidão e tocamos a divina presença de Deus em nossa vida”.

Tempo do ruído

Essa falta de silêncio e excesso de ruído se deve, segundo a psicóloga, às características e aos valores utilitários da sociedade que enxerga nas fórmulas químicas, nas funções cerebrais e nas respostas biológicas algo muito além do manejo das relações regidas pela linguagem.

Vive-se o tempo da aceleração, o tempo da palavra e da imagem, obrigando os sujeitos a experiências efêmeras do presente que impõem exigências e obrigações em larga escala, muitas vezes destituídas de sentido.

Fonte: Diário do Nordeste.


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