Casos de gripe suína chegam a 69 no Ceará
17 de Abril de 2012
Duas mulheres, sendo uma grávida, estão internadas em estado grave na UTI da Meac por conta da doença
O número de casos confirmados de gripe H1N1, também conhecida por gripe suína, no Ceará, já supera o registrado em 2010 e 2011. Até o momento, segundo o último boletim da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), 69 pessoas foram acometidas pela doença. Nos dois anos anteriores, o total de casos foi, respectivamente, 28 e 23.
Contudo, ao se comparar este dado àquele apresentado em 2009, ano com maior quantidade de ocorrências confirmadas de H1N1, 72, a preocupação aumenta, tendo em vista que 2012 ainda está no seu início.
O aumento da incidência do H1N1, no Ceará, também pode ser conferido por meio da comparação do último boletim de março da Sesa que constava 48 casos confirmados com o atual (69), um crescimento de 43,7%.
Outra informação divulgada no levantamento diz respeito ao total de óbitos por conta da doença. Em 2009, três pessoas morreram vítimas da gripe. No ano seguinte, cinco mortes foram registradas. Em 2012, a doença já vitimou três pessoas.
Manoel Fonsêca, coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, explica que o alto número de casos confirmados da doença, neste ano, no Estado está diretamente ligado à quantidade de exames laboratoriais que vêm sendo realizados.
“Nos anos anteriores, não fizemos tantos exames como agora. Acredito que, se em 2011 tivéssemos feito os exames em todos os casos suspeitos, teríamos um número muito maior”, diz o coordenador ressaltando a situação vivida em Pedra Branca, no ano passado, quando foram confirmados, em um curto período de tempo, cerca de 18 casos.
Na ocasião, muitos casos tiveram confirmação por meio do vínculo epidemiológico, ou seja, sem a realização de exames.
Fonsêca afirma que a orientação repassada aos profissionais é que sejam feitos exames nos pacientes que apresentem sintomas da doença, principalmente, dificuldade para respirar, característico da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), manifestação complexa do problema.
Prevenção
“Este número expressivo de casos confirmados não significa que haverá maior preocupação do que nos anos anteriores. Não acredito em uma epidemia. A tendência é que haja redução”.
Apesar de descartar a ocorrência de uma epidemia, Manoel Fonseca enfatiza a necessidade de estar sempre alerta aos sintomas da doença, como febre, tosse seca, dor de cabeça e falta de ar. Grávidas, crianças e idosos compõem o grupo de risco. A campanha de vacinação contra H1N1 está prevista para acontecer a partir do dia 5 de maio.
Hoje, na Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac), segundo o diretor da instituição, Carlos Augusto Alencar, duas mulheres, sendo uma grávida, estão internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em estado grave com H1N1. Outras duas estão na sala de parto e quatro na enfermaria em isolamento, com os sintomas da doença, aguardando a confirmação.
“O número de casos de gripe H1N1 no hospital aumentou bastante quando comparado aos anos anteriores. A gravidade também está mais acentuada”.
Incidência
72 casos de gripe H1N1 foram confirmados em todo o Estado em 2009, ano com maior quantidade de ocorrências da doença. Em 2010 e 2011, foram 28 e 23 casos
Fonte: Diário do Nordeste