CE confirma 51 casos de meningite apenas neste ano

27 de junho de 2012

Se comparado aos dados de 2011, as ocorrências da doença, em 2012, representam aumento de 100% 

Febre, vômitos, dor de cabeça e no corpo. Sintomas comuns a várias doenças, mas que podem ser sinais de meningite. No Ceará, nos primeiros cinco meses desse ano, 51 casos foram confirmados, e 13 pessoas morreram acometidas pela enfermidade. Deste total, a cidade de Fortaleza contabiliza 37 infectados, com 12 óbitos. Em igual período de 2011, foram 25 ocorrências em todo o Estado. Portanto, um aumento de 100% de um ano para o outro.

 Comparado a 2010, quando 13 pessoas contraíram a meningite entre janeiro e maio, o salto é ainda maior. Apesar do número elevado, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) descarta a ampliação da vacinação contra a meningite. Atualmente, somente crianças de zero a um ano são imunizadas dentro do calendário anual de vacinação da rede pública. Desde 2010, a vacina conjugada contra o meningococo C, causador de uma das espécies mais graves de meningite bacteriana, entrou para o calendário oficial de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS).

 Por enquanto, afirma o coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Manoel Fonseca, não se fala em decretação de surto ou epidemia pelo fato de os casos estarem dispersos e ainda não serem em grande quantidade em nenhuma região. “Por ano, temos, em média, 80 casos no Estado. A tendência é que, no segundo semestre, as ocorrências diminuam”.

 Crianças

 Segundo ele, a imunização de crianças na rede pública há dois anos irá contribuir para a redução no número de casos nos próximo anos. “Teremos um resultado expressivo dentro de cinco a dez anos”, acredita.

 Mesmo com as explicações, quem tem filho acima dos dois anos, e que ficou fora da vacinação gratuita nos postos de saúde dos municípios, quer saber como fazer para imunizar a criança sem pagar em torno de R$ 170,00 (a dose da vacina), valor cobrado pela rede privada.

 É o exemplo de Maria do Carmo Feliciano. Ela tem dois filhos, um com três e outro com quatro anos, que nunca foram imunizados contra a meningite. Agora, receosa com o aumento no número de casos, ela procurou uma unidade de saúde no bairro onde mora, o Papicu, e foi dispensada pela idade dos meninos. “Não tenho condições de pagar a vacina particular”, diz.

 Infectologistas como o diretor do Hospital São José, Anastácio Queiroz, defendem a ampliação da vacina para até os cinco anos de idade. “O ideal mesmo seria a disponibilidade das doses gratuitamente até os 20 anos”, argumenta o médico.

 Expansão

 Anastácio Queiroz, no entanto, avalia positivamente a rede pública de saúde em relação ao assunto. “Antes, nem para bebê existia a vacina contra a meningite no calendário regular. Agora, sempre é possível melhorar, e a expansão da oferta só se dará com a reivindicação da população em geral”. Ele salienta que o diagnóstico precoce é imprescindível para evitar, além de sequelas, mortes.

 O Hospital São José é referência em tratamento de doenças infecciosas e possui, atualmente, 13 pacientes adultos com meningite. Se a vítima for criança, deve-se buscar o Hospital Infantil Albert Sabin. A recomendação do Ministério da Saúde informa que quem teve contato com doentes também deve ser submetido a tratamento à base de antibiótico, que dura cerca de dois dias. O medicamento é distribuído gratuitamente.

 Registros

 37 pessoas infectadas com a doença estão na cidade de Fortaleza. Além disso, 12 mortos devido à contaminação foram registrados entre janeiro e maio de 2012

 170 reais é o valor cobrado em clínicas particulares para vacinar pessoas contra a doença. Somente crianças de zero a um ano são beneficiadas na rede pública

 Fonte: Diário do Nordeste

 


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