Ceará é o 1º do Nordeste em transplantes de rim

8 de setembro de 2011

No Brasil, o Estado ocupa a 4ª colocação, perdendo para Paraná, Rio
Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo

Quando o assunto é transplante de órgãos, logo imagina-se uma fila de
espera por um doador falecido. Entretanto, esse ato de solidariedade vai
muito mais além, pois uma pessoa saudável também pode ser doadora e
proporcionar uma nova vida para aqueles que esperam.

Essa ato de amor foi o que salvou o empresário Carlos Malheiros. Portador
de uma doença hereditária chamada rins policísticos, ele passou dois anos
à procura de um doador. A cada dia de espera a ansiedade e o medo eram
sentimentos que aumentavam na vida do empresário, pois ele já havia
perdido o pai e o único irmão devido à mesma doença renal.

Diante da situação, Carlos Malheiros conta que a família e os amigos se
mobilizaram para encontrar um doador vivo compatível. Foi então, que
16 funcionários da sua empresa se disponibilizaram a fazer o teste de
compatibilidade, e a funcionária Maria de Fátima do Amor Divido doou
seu rim para o empresário. O transplante aconteceu em 1999 e em 2002
Malheiros se engajou na campanha Doe de Coração, da Fundação Edson
Queiroz. “Hoje me sinto com 12 anos de idade, pois a partir desse ato
de amor adquiri uma nova vida. A doação é um dos atos mais nobres de
solidariedade”, destaca.

Diante das campanhas de doação de órgãos, o transplante de rim vem
se destacando no Ceará. Segundo dados da Associação Brasileira de
Transplantes de Órgãos (ABTO), o Estado se encontra em 1º lugar no
Nordeste, tanto em dados absolutos, quanto por milhão de habitantes. Foram
131 procedimentos realizados nos seis primeiros meses do ano, sendo 110
de doadores falecidos e 21 de doadores vivos.

No Brasil, o Ceará se encontra no 4ª lugar, perdendo apenas para o Paraná
com 170 transplantes, Rio Grande do Sul e Minas Gerais ambos com 228
procedimentos, e São Paulo com 1.012. E os números continuam crescendo.
Segundo dados da Central de Transplantes, até a último segunda-feira, dia
cinco de setembro, já tinham sido realizados 170 transplantes de rim no
Ceará. Se compararmos com a pesquisa da ABTO, finalizada em junho deste
ano, foram realizados 39 procedimentos em dois meses.

Vale destacar que o Estado ocupa o primeiro lugar do Brasil em transplantes
de fígado a cada milhão de habitantes, segundo o Registro Brasileiro de
Transplantes (RBT) da ABTO.

Processo

Segundo a coordenadora da Central de Transplantes, Eliana Barbosa, para
que seja realizado o transplante com o doador vivo, a lei Brasileira permite
com mais facilidade se o ato for feito por parentes de até quarto grau ou o
cônjuge.

Ainda segundo ela, para que o processo ocorra entre aqueles que não têm
vínculo familiar, é necessário cumprir um sério protocolo, que começa com
os exames de compatibilidade sanguínea, passa por uma autorização judicial
e termina com entrevistas realizadas por um comitê de ética formado por
médicos. “É um processo importante para salvar vidas, mas ao mesmo
tempo bastante delicado, pois temos que tomar cuidado para evitar que haja
tráfico de órgãos”, diz.

Conforme Eliana Barbosa, em alguns países, já existe um cadastro
de “doador samaritano”, ou seja, voluntários que estão aptos a qualquer
momento fazer doações. Contudo, segundo ela, essa discussão ainda não
se iniciou no Brasil, salvo em doação de tecidos como é o caso da medula
óssea. Ela explica, que os órgãos que podem ser doados em vida são:
rim, em primeiro lugar, parte do fígado e até pulmão. Por outro lado, alerta
que a doação de uma pessoa falecida é bem mais recomendada pelos
médicos. “As complicações do doador vivo são pequenas, mas existem.

Fonte: Diário do Nordeste


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