Ceará lidera número de transplantes de fígado

10 de dezembro de 2013

docao-de-orgaosDo início do ano até ontem, foram realizados no Ceará 127 transplantes de fígado, número esse igual ao obtido durante todo o ano de 2012. Com isso, em 2013, o Estado já se destaca como o primeiro do País que mais fez transplantes de fígado por milhão de habitantes, já o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) é a unidade que mais realizou esse tipo de cirurgia em âmbito nacional.

Segundo o médico José Huygens Parente Garcia, chefe do Serviço de Transplante de Fígado do Hospital Universitário Wálter Cantídio, da Universidade Federal do Ceará (UFC), esse recorde coloca a unidade à frente do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) – que é o maior complexo hospitalar da América do Sul – e do Albert Einstein, em São Paulo.

No ano passado, o Hospital Albert Einstein foi o que mais realizou transplantes de fígado no País, sendo seguido pelo Walter Cantídio e pelo Hospital das Clínicas da USP, respectivamente. Neste ano, o HUWC alcançou a primeira posição, o Albert Einstein, a segunda e o Hospital Beneficência de São Paulo, a terceira.

O avanço no número de transplantes realizados no Ceará é atribuído pelo médico Huygens Garcia a vários fatores, dentre eles à melhoria na estrutura do HUWC, sobretudo no que se refere aos equipamentos e à dedicação da equipe. “Temos uma equipe multiprofissional, de sobreaviso as 24 horas do dia e à disposição para fazer todos os procedimentos necessários desde que haja doador”, disse.

Também ressaltou o papel desempenhado pela Central de Transplantes e pelo governo do Estado para o êxito dos procedimentos. “Vem sendo feita a busca ativa em todos os hospitais para viabilizar a doação de órgãos”, frisou, esclarecendo que o Estado tem disponibilizado aeronaves para viabilizar o trabalho de captação de órgãos.

“Neste ano, fomos buscar órgãos doados em Vitória da Conquista, na Bahia; em João Pessoa, na Paraíba; e na Região do Cariri, no Ceará”, esclareceu.

Hoje, observa, há um maior reconhecimento das pessoas sobre a importância da doação para oferecer qualidade de vida e, também, para evitar a morte de muitos pacientes na fila de espera por um transplante.

No entanto, apesar desse reconhecimento, a taxa de negação das famílias ainda fica em torno de 40%. “Mesmo assim, muitas famílias têm sido generosas ao autorizar a doação”, citou.

O transplante de fígado é essencial para a qualidade de vida de pacientes com cirrose hepática (degeneração do fígado) causado pelas hepatites vírus C e B, além da cirrose por abuso do consumo de álcool. Outros fatores são as doenças hereditárias.

Sobre o paciente com cirrose, esclareceu o médico, só pode ser submetido ao transplante se estiver com, pelo menos, seis meses em estado de abstinência, isso como uma precaução de que não irá reincidir no vício. “É preciso que saibamos que ao aderir ao tratamento, ele não vai mais beber”, falou Huygens Garcia.

A sobrevida de pessoas que foram submetidas ao transplante de fígado é bastante elevada, 90%. “O paciente volta a ter qualidade de vida e a conviver em sociedade. Isso é muito bom, gratificante”, citou.

Fonte: Diário do Nordeste.


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