Esquistossomose: testes de vacina são concluídos

13 de junho de 2012

vacinaOs estudos realizados por pesquisadores da Fiocruz demonstraram eficácia da vacina contra doenças parasitárias Rio de Janeiro. O país deu um passo importante na direção da primeira vacina mundial contra parasitas. O Instituto Oswaldo Cruz (IOC), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), concluiu testes clínicos fase 1 da vacina contra esquistossomose. Os estudos demonstraram a segurança e a eficácia do produto, que induz a imunidade à doença. Se tudo correr bem, a vacina deve chegar ao mercado em quatro anos, depois que for testada em larga escala. A doença afeta 200 milhões de pessoas no mundo e é endêmica em 74 países, entre eles o Brasil. “Avançamos de maneira muito significativa num ponto onde há uma lacuna enorme, que são as chamadas doenças negligenciadas. E isso está sendo feito dentro de um processo 100% nacional de pesquisa”, ressaltou o presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Paulo Gadelha. Os estudos, iniciados há 30 anos e liderados pela pesquisadora do IOC, Miriam Tendler, identificaram que o verme transmissor da esquistossomose tem a proteína Sm14, responsável pelo transporte do lipídio – fonte de energia – do hospedeiro para o parasita. Os vermes não sintetizam o lipídio e morrem se essa proteína não atuar. Ao ser inoculada no ser humano, a proteína estimula a produção de anticorpos e prepara o sistema imunológico para uma possível infecção. Se a pessoa imunizada tem contato com o verme, esses anticorpos neutralizam a Sm14 no parasita, que não sobrevive no organismo. Na primeira etapa, 20 voluntários – adultos e saudáveis – receberam três doses da vacina. Os efeitos colaterais estavam dentro do esperado – apenas dor local. A partir de janeiro, 266 crianças e mulheres serão inoculadas em áreas endêmicas no Brasil e na África. Miriam Tendler calcula que, no prazo máximo de cinco anos, seja possível imunizar a população dos locais onde ocorre a endemia. A contaminação da esquistossomose se dá pelo contato com caramujos infectados, em áreas de água doce com pouca correnteza ou parada. A doença provoca anemia e comprometimento da capacidade cognitiva das crianças. Entre os sintomas estão dor de cabeça, diarreia, fraqueza, podendo levar à morte. Fonte: Diário do Nordeste


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