Fortaleza lidera ranking cearense de tuberculose

8 de outubro de 2012

Embora o Estado tenha apresentado queda nos registros de casos, a incidência gerou alerta do Ministério da Saúde

O Ceará vem ganhando, ultimamente, batalhas contra a tuberculose. Conforme dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), o Ceará reduziu a incidência da doença por 100 mil habitantes de 45, 2, em 2008, para 42,7 em 2010. Porém, os registros ainda são relevantes e preocupam, tanto que o Ministério da Saúde vai acompanhar de perto algumas cidades. Fortaleza, que ocupa o primeiro lugar no ranking de ocorrências no Ceará, é um dos municípios a ser avaliado.

O Estado do Ceará ampliou a proporção de casos novos de tuberculose em Tratamento Diretamente Observado de 60,2% para 69,5% e reduziu a mortalidade pela doença de 3,2 para 2,8 por 100 mil habitantes. Enquanto isso, na Capital, o número de casos, nos últimos dois anos, também apresentou uma queda significativa. Em 2010, foram diagnosticados 1.772 com incidência de 72,3. No ano de 2011, a quantidade caiu para 1.321 com incidência de 53,9.

Mesmo com a queda, além de Fortaleza, cidades cearenses como Caucaia, Crato, Maranguape, Itapipoca, Sobral, Maracanaú e Juazeiro do Norte também foram selecionados pelo Ministério da Saúde para serem acompanhados mais de perto por responderem juntos por 67% dos casos de tuberculose do Estado.

Os dados da Sesa revelam que a tuberculose no Ceará apresenta uma tendência discreta de declínio na taxa de incidência de 2001 a 2010. No ano de 2010, foram notificados 3.628 casos novos da doença, dos quais 2.179 eram pulmonares bacilíferos, alcançando estas formas um percentual de 60%.

Notificações

Isto significa que a transmissão está ativa, e os pacientes estão sendo diagnosticados e tratados um pouco tardiamente. Considerando os casos notificados em 2010, a faixa etária mais acometida no período é a de 20 a 49 anos. A análise dos casos novos de tuberculose, por idade, no mesmo período, revela que a faixa etária mais acometida pela tuberculose é a que vai dos 20 a 49 anos, abrangendo em torno de 60% dos casos. Quanto ao sexo, 60,7% dos casos são em homens, e em relação a raça, a mais atingida foi a parda.

No entanto, apesar de os números serem satisfatórios, o médico infectologista Anastácio Queiroz diz que há muito o que fazer, tanto por parte das autoridades como a população. “É preciso que as pessoas, ao saberem que estão com a doença, compareçam imediatamente ao posto de saúde para procurar tratamento. Quanto mais cedo for diagnosticado, mais rápida será a cura. Já os profissionais que trabalham nessas unidades precisam diagnosticar mais rapidamente para que o paciente não seja prejudicado”, afirmou.

O especialista fez questão também de destacar que, infelizmente, as mais vulneráveis são pessoas que vivem em condições desfavoráveis de moradia, alimentação e que não possuem acesso aos serviços de saúde.

Anastácio Queiroz conta que é preciso acompanhar mais de perto os pacientes para que eles prossigam com o tratamento até o fim. “O tempo de tratamento dura seis meses, além da forte dosagem dos medicamentos, são algumas causas que levam ao abandono do tratamento. Por isso, é importante que haja uma atenção por parte dos profissionais de saúde com eles”, disse.

SAIBA MAIS

Cidades com índice alto

No ano de 2011, Fortaleza apresentou 1.321 casos, Sobral, 123; Caucaia, 107; Maracanaú, 101; Juazeiro do Norte, 65; Maranguape, 36; Crato, 29 e Itapipoca, 27.

Avaliação Periódica

Conforme o Ministério da Saúde, haverá uma atenção redobrada nesses municípios. Serão feitas ações de promoção e prevenção, diagnóstico e assistência, vigilância epidemiológica e sistema de informação.

Abandono

8,3% é a taxa de abandono do tratamento no Ceará, segundo a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). O índice aceitável pela OMS) é de 5%.

Fonte: Diário do Nordeste


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