Genéricos no CE já são 25% dos medicamentos

10 de setembro de 2012

Acompanhando tendência nacional, Estado tem assistido ao aumento deste tipo de produto nas prateleiras
A venda de genéricos no País corresponde hoje a 25,9% do total de medicamentos negociados no mercado nacional, conforme levantamento do IMS Health – empresa de consultoria internacional de marketing farmacêutico. No último mês de julho, os rótulos comercializados pelo nome da substância ativa, sem marca comercial, experimentaram alta de 4,31% em relação às vendas do mês anterior (junho) e de 20,21% em comparação ao volume de unidades físicas vendidas em julho de 2011. Para os medicamentos em geral, as variações foram, respectivamente, de 6,69% e de 14,67%.
No Ceará, a força dos genéricos não fica atrás do restante do Brasil. Segundo o diretor tesoureiro do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado do Ceará (Sincofarma), Maurício Filizola, nas grandes e médias redes de farmácia existentes no Estado, os genéricos seguem os percentuais de participação e crescimento do País. Nos pequenos estabelecimentos, ele afirma que os índices também são positivos, porém, mais discretos.
Estímulos
Para o diretor do Sincofarma, o incremento dos genéricos é resultado, entre outros fatores, dos estímulos que o varejo de medicamentos vem recebendo.
“Um grande estímulo à venda de genéricos tem sido a queda de patentes de muitas moléculas importantes, principalmente de controle do colesterol, que têm um valor agregado consubstancial em relação aos outros medicamentos. Esses medicamentos não são totalmente gratuitos, mas recebem uma grande participação do governo. O programa Aqui tem Farmácia Popular, do governo federal, é outro forte incentivo”, enumera. No contexto geral, Filizola afirma que o mercado nacional é muito parecido com o local, podendo se diferenciar em alguns momentos devido a benefícios e promoções pontuais. Segundo ele, quem ganha é consumidor.
“Se a farmácia tem incentivo no momento da compra, ela também incentivará o consumidor no momento da venda”, argumenta o diretor.
Maior acesso
Ele lembra que, na sua própria concepção, o genérico já é aproximadamente 35% mais barato do que os medicamento de marca. “No momento em que há promoções incentivando ainda mais a redução desse preço, isso tende a impulsionar a venda. Não é por acaso que os genéricos proporcionam hoje um maior acesso de medicamentos para a população”, reforça.
Confiança cresceu
Fillizola atribui também à mídia o crescimento do produto. “O apoio da imprensa divulgando e desmitificando os genéricos também tem ajudado bastante na maior procura do produto por parte da população. Os jornais têm mostrado que se trata de uma categoria segura, que passa por vários testes antes de os produtos serem colocados, de fato, no mercado. Com essa conscientização a população passou a consumir genéricos sem medo, acrescenta”.
Antes do ano 2000, o empresário lembra que praticamente não havia competição no mercado de medicamentos.
“O cliente apresentava a receita do médico com a descrição de um produto de marca e a farmácia tinha que seguir porque não existia outra opção. Foi com os genéricos que tudo isso mudou”, ressalta Filizola.
FIQUE POR DENTRO
Por que o preço do similar é inferior?
Aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e com a mesma substância ativa, forma farmacêutica e dosagem do medicamento original, os genéricos são medicamentos cuja patente já expirou, motivo pelo qual são mais baratos em relação às outras opções do mercado. No caso dos genéricos, ao produzirem medicamentos após ter terminado o período de proteção de patente dos originais, os fabricantes não precisam investir em pesquisas e refazer os estudos clínicos que dão cobertura aos efeitos colaterais – que são os custos inerentes à investigação e descoberta de novos medicamentos – visto que estes estudos já foram realizados para a aprovação do medicamento pela indústria que primeiramente obtinha a patente.
O produto tem a mesma eficácia, tanto que, para ser comercializado, deve-se por lei, passar pelo teste de bioequivalência (assegura que o medicamento genérico apresenta a mesma eficácia clínica e a mesma genericossegurança em relação ao seu medicamento de referência) e pelo teste de equivalência (que garante que a composição do produto é a mesma do medicamento original).
Fatia de mercado deve se expandir ainda mais
Segundo o diretor executivo da Abradilan (Associação Brasileira dos Distribuidores de Laboratórios Nacionais), Geraldo Monteiro, “há perspectivas de maior representação nas vendas de genéricos para os próximos anos, após o término da patente de vários medicamentos. Só em 2012, serão quebradas patentes de medicamentos para males como úlcera, enxaqueca, malária e leucemia”, afirma.
De acordo informação do Ministério da Saúde, há dez anos, os genéricos eram responsáveis por preencher somente 5,7% das prateleiras do varejo farmacêutico nacional.
Geraldo Monteiro afirma que os membros da Abradilan vêm acompanhando o aquecimento do mercado de genéricos no País. Conforme pesquisa realizada pela entidade, integrantes da Associação são responsáveis por 21% das unidades de medicamentos genéricos no Brasil, abrangendo cerca de 82% das cidades de todo o País.
De acordo com informação de Monteiro, produtos fabricados por seus associados estão presentes em mais de 77% de um total de 71 mil farmácias e drogarias.
Regiões
Os associados realizaram a distribuição de medicamentos em 82% da região Sudeste, 74% da região Sul e 81% do Nordeste. O Centro-Oeste conta com a maior presença e ainda 33% do Norte brasileiro.
A participação dos genéricos para combater enfermidades como diabetes e hipertensão no programa Farmácia Popular chega ao patamar de 75%.
Fonte: Diário do Nordeste


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