Gripe A: País receberá mais vacinas

20 de julho de 2012

Enquanto a demanda pela vacina contra influenza continua alta nas clínicas particulares, o País inteiro deve receber mais 100 mil doses neste ano. A informação é do o médico Ricardo Cunha, responsável pelo setor de vacinas do laboratório Delboni. Ele acrescenta que, em muitas dessas unidades, não há mais imunizantes disponíveis.

Quem garante a entrega das doses para os centros privados nos próximos dias é o laboratório Sanofi Pasteur, que deve priorizar as regiões com maior incidência da gripe suína. A empresa afirma que aumentou em 30% o volume inicialmente previsto por causa da alta demanda.

Cunha observa que a corrida pela vacina começou há um mês, quando os casos de gripe passaram a ser divulgados. “As pessoas se sensibilizam pelo risco”, diz. Por outro lado, Estados como São Paulo e Rio de Janeiro não atingiram a meta de imunizar 80% da população de risco na campanha de vacinação, que terminou em 1.º de junho.

Um dos laboratórios que fornece a imunização para o mercado privado brasileiro, a GlaxoSmithKline, informou que já distribuiu no País toda a quantidade que havia sido encomendada para o ano – mais de 1 milhão de doses. “Neste ano houve um aumento significativo da demanda do mercado privado, além das necessidades habituais. Por causa disso, a vacina da GSK possivelmente encontra-se indisponível em alguns locais”, disse a farmacêutica, em nota.

Para a médica Rosana Richtmann, presidente da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), durante a campanha as pessoas não estavam convencidas da necessidade de se vacinar. “É preciso entender a importância da prevenção. Não adianta sair correndo enquanto os casos estão ocorrendo”, lembra. O ideal seria ter se vacinado em abril ou maio.

O médico David Uip, diretor do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, ligado à secretaria estadual de Saúde, observa que o organismo começa a produzir anticorpos cerca de duas semanas após a imunização. “Quando o indivíduo toma na época em que há grande circulação do vírus e os sintomas começam logo em seguida, ele pode achar que a vacina não funciona ou que ela levou à gripe.”

Na percepção de alguns infectologistas, o pico de casos de gripe já foi atingido neste ano. “A impressão é que o número de casos está diminuindo”, diz Uip. Mas, segundo o médico Ícaro Boszczowski, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, quem ainda não foi vacinado pode se beneficiar da imunização. “Como os casos se concentram até agosto, a pessoa ainda estará se protegendo em uma fase de grande transmissão.”

A infectologista Sumire Sakabe, do Hospital 9 de Julho, lembra que é preciso conter as secreções de espirros e tosses usando um lenço descartável – além de lavar as mãos com frequência. “Nenhuma vacina oferece 100% de segurança. Por isso, mesmo quem tomou a dose deve adotar as medidas de prevenção”, completa.

Fonte: O Estado de S. Paulo

 


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