Médico vive o desafio de ser agente educador

18 de outubro de 2013

DNObesidade, sedentarismo, tabagismo, alcoolismo e tantos outros males. Eis uma série de doenças crônicas que atingem hoje o cotidiano da população. Na data em que se comemora o Dia do Médico, surge um desafio: qual o papel deste profissional em uma sociedade tão doente?

A reportagem acompanhou, na tarde de ontem, os debates da Assembleia Anual da Associação Médica Mundial (WMA), no Cumbuco, para ouvir os protagonistas. Após 37 anos sem ser realizado no Brasil, o Ceará vira palco desse importante evento internacional com a presença de mais de 50 associações médicas de todos os continentes do mundo.

O presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Florentino Cardoso, reforçou a importância desse profissional na educação do paciente para melhoria dos hábitos. “O médico vem como um agente educador e o ideal é que seja também um exemplo”, diz.

Para Florentino, a escolha do estilo de viver influencia muito na qualidade de vida que cada um terá. “Temos uma população com muito sobrepeso. E embora o tabagismo tenha caído, ainda preocupa muito. E sabemos do impacto disso no envelhecimento da população. Quanto mais se vive, mais chances existem de termos mais doenças crônicas não transmissíveis”, ressalta.

Também presente no encontro, o médico da AMB, Sérgio de Paula Ramos, questiona os limites desse tal papel educador dos médicos. E ele foi bem incisivo. “Sinto que nós, os profissionais, temos bem pouco a fazer, pois o que muda o comportamento do público são as posturas sociais, as leis e o poder econômico”.

Ramos exemplifica o caso do alcoolismo, do tabagismo e da obesidade, questionando assim: de que adianta informações médicas relevantes se por trás disso tudo estão o apelo da indústria e a publicidade? “Estamos falando de forças econômicas fortes que interferem no nosso cotidiano. Os médicos devem conhecer a importância dos seus trabalhos, mas saber também da dificuldade e da sua pequenez”, diz.

O diretor de Relações Internacionais da AMB, Miguel Jorge, continua o pensamento de Ramos, afirmando que a saúde é algo complicado demais para ser deixado somente com os médicos. “Somos apenas um dos personagens dessa rede. Não tenho dúvida da nossa importância, mas não estamos sozinhos. O Papel que temos está dentro do conjunto de necessidades para a promoção da saúde”, afirma.

Fonte: Diário do Nordeste.


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