No Ceará, 130 mil ficam com sequelas após AVC

14 de Maio de 2012

O objetivo da Sesa é que, em 2014, ninguém esteja a mais de 1h de distância do local para receber tratamento

No Ceará, surgem 18 mil casos por ano de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e existem cerca de 130 mil pessoas com as sequelas da doença, de acordo com dados do Programa de Atenção Integral e Integrada ao AVC no Estado do Ceará da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).

Com o objetivo de discutir a criação de políticas públicas para diminuir esses números foi realizado, na semana passada, o I Simpósio Estadual de Epidemiologia do AVC. Uma das ideias do projeto é que, até 2014, nenhum cearense esteja a mais de uma hora de distância de um local onde possa receber o tratamento adequado para a doença.

Segundo o presidente do comitê de atenção ao AVC, João José Carvalho, durante o simpósio foram analisados os dados colhidos durante todo o programa e, então, serão sugeridas, para o Governo, através de um documento, políticas públicas que possam enfrentar o problema adequadamente. “Nessa etapa, estamos saindo do campo da pesquisa e partindo para a medicina onde vamos interferir na vida do cidadão”, explica.

Carvalho acrescentou que o programa, feito com mais de 4.500 pessoas, foi desenvolvido nas vertentes epidemiológica, assistencial e educativa. A primeira é o estudo realizado na área, a segunda é o tratamento dos pacientes e a terceira é a avaliação dos resultados. “Procuramos conhecer a doença para que depois possamos criar uma rede de assistência”, disse.

No Programa de Atenção Integral e Integrada ao AVC, desenvolvido desde 2006, também foram diagnosticados alguns problemas para a realização do tratamento. Um dos mais comuns é que a família não sabe que o seu parente está tendo um AVC. Outro problema são as dificuldades operacionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Assim como o despreparo dos profissionais de emergência e também a falta de estrutura dos hospitais.

Comitê

O presidente do comitê de atenção ao AVC diz que 42% dos pacientes tiveram a doença uma vez acabam sofrendo outra vez com o problema. “Isso mostra que mesmo tendo o Acidente Vascular Cerebral, uma vez, a pessoa não controla os fatores de risco. Com isso, chegamos à conclusão de que a prevenção secundária é ruim. Pois em outros países esse número é de 15%”, afirmou.

Ele destacou que 88% dos pacientes têm pressão alta, o maior fator de risco da doença. “Ao analisar este número tivemos a conclusão que as pessoas não estão sendo bem tratadas em relação à pressão alta e isso acaba fazendo com que elas tenham o AVC”, frisou.

Além disso, o programa revelou que de cada 100 pessoas com AVC um quarto (1/4) morre, um quarto (1/4) fica incapacitada, um quarto (1/4) levemente incapacitada e um quarto (1/4) não tem problema. “Por aqui, essa doença mata mais que câncer e acidentes de trânsito. Em outros países, já é a terceira ou quarta causa. Isso acontece porque as pessoas controlam os fatores de risco”, revelou.

No Brasil, em 2011, foram realizadas 172.298 internações por AVC. Em 2010, foram registrados 99.159 óbitos por AVC.

Fonte: Diário do Nordeste


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