Nordestino é o mais feliz do Brasil; nível do belga

19 de dezembro de 2012

Nordestino é o mais feliz do BrasilSe fosse um país, estaria em 9º lugar no ranking global, entre a Finlândia e a Bélgica e acima de 94% de 146 nações

Afinal, dinheiro traz ou não traz felicidade? Embora, mais algum no bolso melhore a avaliação das pessoas em relação à sua condição de vida, dinheiro nem sempre é tudo. É que revela estudo divulgado, ontem, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Apesar de pobre, a região mais feliz do Brasil é o Nordeste, com nota média (em uma escala de 0 a 10) de 7,38. Se fosse um país, estaria em 9º lugar no ranking global, entre a Finlândia e a Bélgica e acima de 94% das 146 nações pesquisadas. As médias das demais regiões brasileiras são 7,37 no Centro-Oeste, 7,2 no Sul, 7,13 no Norte e 6,68 no Sudeste.

Já o Brasil, com média nacional de 7,1, ficaria na 16ª posição entre os países mais felizes do globo no ranking medido pela Gallup World Pool. Em 2010, esta mesma classificação apontava uma felicidade média do brasileiro de 6,8. Os dados fazem parte do comunicado Nº 158, intitulado 2012: Desenvolvimento Inclusivo Sustentável?, confeccionado a partir da aplicação de questionário em 3.800 domicílios, em outubro último.

Dinheiro não define

Para o presidente do Instituto, Marcelo Neri, embora os indicadores mostrem crescimento econômico pouco expressivo este ano, a satisfação do brasileiro não tem sido afetada drasticamente. “Temos mais felicidade que dinheiro no bolso”, afirmou. “O brasileiro é consumista, mas não é isso que o define.

Os dados mostram que a felicidade aumentou ao longo do tempo e que a variação de renda não implica em grandes variações de satisfação,” disse, destacando que nenhum outro país é tão “insensível” à variação de renda, em comparação a outras nações.

Por outro lado, o estudo mostra que a satisfação aumenta conforme a renda sobe. Para os brasileiros que não têm rendimento a nota média foi 3,73. Já aqueles que vivem com até um salário mínimo, foi 6,53. Já quem tem renda superior a R$ 5.451, a nota foi 8,36. Em relação à escolaridade, pessoas sem instrução deram uma nota média de 6,4. Aqueles com o ensino fundamental completo, pontuaram 6,95, e com o ensino médio completo, 7,17. Com ensino superior completo, a média foi 7,85.

Renda maior

Com base na Pesquisa Mensal do Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Ipea revelou ainda que a renda individual média da população de 15 a 60 anos de idade subiu 4,89% de 2011 para 2012, contra taxa média de 4,35% ao ano entre 2003 e 2012. Já a desigualdade de renda domiciliar per capita caiu em 2012, segundo a PME, a uma velocidade 40,5% maior que a observada de 2003 a 2011 na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), também do IBGE. As rendas que mais crescem são as dos mais pobres e as de grupos tradicionalmente excluídos, como mulheres, negros e analfabetos.

Realidade

“Em áreas ou regiões onde a maioria da população tem uma condição socioeconômica mais ou menos parecida há uma tendência de as pessoas serem mais felizes. Não há tanta base de comparação, pois existe uma menor desigualdade entre elas. A vida é tão boa para as mesmas como para os vizinhos, que vivem mais ou menos igual”, defende o economista Alex Araújo.

“Ao mesmo tempo, sua situação atual também tem um peso enorme na satisfação, sobretudo quando a pessoa teve um passado mais sofrido”, emenda.

Conforme disse, tem também o efeito renda. “Onde a renda é maior, mais a necessidade dela ser mais alta para poder gerar melhores notas de satisfação.

Análise fria

Araújo também chama a atenção para a subjetividade da pesquisa. “Se formos analisar os dados socioeconômicos do Nordeste friamente não dá pra dizer que a região está no mesmo patamar de satisfação da Finlândia ou da Bélgica”, conclui.

Fonte: Diário do Nordeste


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