O Alzheimer não tem idade – 21.09 – Dia Mundial da Doença de Alzheimer

21 de setembro de 2011

É comum relacionarmos a Doença de Alzheimer (DA) como um mal que afeta apenas os
idosos. De fato, a DA possui forte relação com o envelhecimento, pois é a forma de demência
mais comum entre pessoas com mais de 65 anos, com uma prevalência de cerca de 5% na
faixa de 65 e de 20% acima de 85 anos1. “Apesar disso, é possível que os sintomas desta
enfermidade comecem a partir dos 40 anos, ou até mais cedo, dependendo do caso”, alerta
o psiquiatra Cassio Bottino, coordenador do Programa Terceira Idade (PROTER) – IPq
HCFMUSP.

Conhecida como Doença de Alzheimer de Início Precoce (DAIP), a condição é caracterizada
por um declínio mais rápido das funções cognitivas em pessoas com menos de 65 anos, que
pode ser familial ou esporádica. “São casos mais raros e correspondem a 10% do total2”,
informa Bottino. Na maioria das vezes, as pessoas com histórico de DA em sucessivas
gerações possuem maior predisposição para o desenvolvimento dos primeiros sinais da
doença antes dos 65 anos. “A DAIP familial é comumente verificada em famílias com múltiplos
indivíduos afetados. Mas ela também pode ocorrer de forma esporádica – ou seja, sem
antecedentes familiares – devido a uma mutação em um dos genes associados a DAIP3”,
explica o especialista.

Os sintomas iniciais da DAIP não diferem daqueles que ocorrem com os pacientes
idosos. “Lapsos de memória costumam ser os primeiros indícios a serem percebidos em casa
e no trabalho. Podem vir acompanhados de um declínio funcional progressivo, que acaba
comprometendo as atividades da vida diária”, informa Bottino. Alterações de orientação,
atenção, cálculo e linguagem também podem confirmar o diagnóstico da doença, quando
descartadas outras causas de demência.

Informação e observação são os primeiros passos a serem tomados quando há antecedentes
familiares de DA e alterações frequentes na memória, no comportamento e nas atividades
cotidianas. “Não há dúvidas que o diagnóstico precoce é a melhor forma de prevenir o avanço
da doença e o comprometimento da qualidade de vida de idosos e dos adultos que possuem
essa predisposição. Por isso, ter conhecimento sobre quais são os sintomas característicos
e procurar um médico especializado assim que as primeiras mudanças forem percebidas é
fundamental para o diagnóstico adequado e o início do tratamento”, esclarece.

O tratamento para a DA, seja de início precoce ou tardio, pode envolver atividades que
mantêm mente e corpo ativos (jogos de tabuleiro, leitura de livros e jornais, palavras-cruzadas,
aprendizado de outro idioma ou instrumento musical, caminhadas, e também, manter um
convívio social ativo) e medicamentos inibidores da acetilcolinestinesterase. Esses produtos
podem retardar de forma significativa a decadência das funções cognitivas em pacientes que
estão nos primeiros estágios da doença. Entre esses medicamentos, o Eranz (cloridrato de
donepezila) é o único indicado para todos os níveis de DA (leve, moderado e grave). Quando
iniciado já na fase leve da doença, durante o surgimento dos primeiros sintomas, o tratamento
terá resultados ainda melhores. Contudo, o médico deve ser sempre procurado para avaliar e
indicar o tratamento mais adequado para cada paciente.

“Infelizmente, a causa da Doença de Alzheimer ainda é desconhecida e não há cura, mas,
há cerca de dez anos, começamos a ter opções efetivas de tratamento, possibilitando que o
paciente com DA ou DAIP controle os sintomas com terapias que ajudam a retardar a evolução
da doença minimizando os distúrbios no humor e comportamento”, diz Bottino.

21 de setembro – Dia Mundial da Doença de Alzheimer

O Dia Mundial da Doença de Alzheimer foi criado para sensibilizar as comunidades
internacionais para a gravidade desta doença crônica, degenerativa, progressiva e irreversível.
A enfermidade compromete o cérebro provocando alterações profundas no comportamento,
dificuldade de raciocínio e na articulação do pensamento e diminuição da memória, com efeitos
devastadores sobre o doente e sobre a família. Utilizando como base pesquisas em outros
países e dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que existam
1,2 milhões de pacientes com DA no Brasil.


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