Raiva: doença de garoto alerta para risco de transmissão por animais

9 de Março de 2012

raivaCasos mais recentes de raiva humana foram transmitidos no Ceará por saguis, conhecidos como soins. Caso raro no mundo de sobrevivente à agressiva doença, jovem pernambucano enfrenta, desde 2008, suas fortes sequelas O caso do menino de nove anos diagnosticado com raiva humana no Cariri, na última quarta-feira, alerta para os cuidados com a transmissão dessa doença por animais silvestres. Dos últimos cinco casos de raiva registrados no Ceará, de 2005 até hoje, quatro foram transmitidos por saguis, ou soins, como são mais conhecidos. A transmissão da doença para o menino se deu após ele ter sido mordido por um sagui encontrado na mata. De acordo com o coordenador de promoção e proteção à saúde do Governo do Estado, Manoel Fonsêca, a cobertura vacinal chega a mais de 90% dos cães e gatos, principais transmissores. Como essa prevenção não chega a animais silvestres, os saguis têm se tornado os maiores vilões nos casos mais recentes registrados no Estado. “Um cachorro fica entre sete a dez dias com o vírus. O soim pode ser portador do vírus por um ano”, compara Fonsêca. A orientação da Secretaria da Saúde (Sesa) é não alimentar, não capturar e não conviver com soins. “Mesmo os animais que estão em casa têm contato com o mato e, depois de infectados, podem passar a doença para uma pessoa”, lembra Fonsêca. Segundo o médico da Sesa, os primeiros sintomas da raiva humana são mal estar, perda de apetite, dormência no local da mordida e aumento da salivação. A doença também pode se manifestar com convulsões, fobia de luz ou água e paralisia da faringe. O diretor do Hospital São José, Anastácio Queiroz, explica que a doença é considerada quase 100% fatal. “Se o indivíduo se encontra muito grave, as chances de resultado favorável são remotas. Os pacientes que sobreviveram tiveram diagnóstico rápido”, detalha o médico. Coma induzido Manoel Fonsêca explica que o tratamento de pacientes graves, que não foram tratados a tempo com vacina e soro antirrábicos, é feito por coma induzido. Trata-se de um dos passos do Protocolo de Recife, criado para orientar a condução clínica de pacientes com suspeita da doença. Houve registro de sobrevivência à doença em apenas dois pacientes que não receberam a vacina após acidentes com animais infectados: um caso nos Estados Unidos, em 2004, e outro em 2008, no Recife. Uma paciente da Colômbia foi curada, mas acabou morrendo por complicações clínicas posteriores. Além do coma, outras medidas do protocolo são manter as funções vitais, sedar e entubar o paciente. No tratamento do menino de Jati, um medicamento contra o vírus já foi utilizado. Uma enzima, explica Fonsêca, também pode ser utilizada no tratamento, mas o medicamento só é enviado pelo Ministério da Saúde quando o caso é confirmado pelo Instituto Pasteur, laboratório referencial no Brasil. Apesar do diagnóstico positivo do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), o caso do menino de Jati ainda era considerado suspeito pelo Ministério da Saúde, conforme informou ontem ao O POVO a assessoria de imprensa do Ministério. Ainda segundo o órgão,quando o diagnóstico é confirmado, o medicamento é enviado no mesmo dia em que é solicitado pela secretaria de saúde. Onde ENTENDA A NOTÍCIA Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) registrou cinco casos de raiva humana de 2005 até hoje. Segundo o Ministério da Saúde, de 1990 a 2009, 82% dos casos no Brasil se concentraram nas regiões Norte e Nordeste Saiba mais Casos no Ceará 2012 Município: Jati Animal agressor: sagui 2010 Município: Chaval Animal agressor: cão Município: Ipu Animal agressor: sagui 2008 Município: Camocim Animal agressor: sagui 2005 Município: São Luís do Curu Animal agressor: sagui Em 2006, 2007, 2009 e 2011 não houve registro de casos no Ceará Fonte: Jornal O Povo


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