Tratamento de AVC com célula-tronco tem êxito em testes preliminares

2 de setembro de 2011

Os primeiros testes clínicos de uma técnica que usa células-tronco para tratar pacientes
que sofreram derrames cerebrais entrarão em sua segunda fase após serem autorizados
oficialmente no Reino Unido.

Uma avaliação feita por um órgão independente concluiu que a primeira fase de testes –em
que células-tronco foram injetadas nos cérebros de três pacientes em um hospital de Glasgow,
na Escócia– não produziu efeitos adversos sobre o grupo de voluntários.

Agora, o tratamento poderá ser testado em um número maior de pessoas.

A equipe de pesquisadores, da Escola de Medicina da Universidade de Glasgow, espera que
as células-tronco auxiliem o organismo a reparar o tecido cerebral danificado pelo derrame.

O chefe da equipe, Keith Muir, disse que estava satisfeito com os resultados obtidos até
agora. “Temos de estar satisfeitos em relação à segurança antes de podermos continuar
testando os efeitos dessa terapia”, afirmou.

“Como é a primeira vez que esse tipo de terapia com células é usado em humanos, é
importante que determinemos que há segurança para podermos seguir em frente. Agora temos
permissão para testar uma dose maior de células.”

Um idoso foi a primeira pessoa no mundo a receber o tratamento, no ano passado. Desde
então, a técnica foi testada em outros dois pacientes.

TESTES GLOBAIS

Os pacientes receberam doses muito pequenas de células-tronco, em testes cujo objetivo era
avaliar quão seguro é o procedimento.

No próximo ano, um grupo com no máximo nove pacientes receberá doses progressivamente
maiores –também, inicialmente, para testar a segurança da técnica.

Os médicos também vão usar os testes clínicos para avaliar a melhor forma de medir quão
efetivo é o tratamento. Essa medição da eficácia será essencial quando começaram os testes
com um número ainda maior de pessoas, daqui a um ano e meio.

Cada vez mais testes clínicos regulamentados de tratamentos usando células-tronco são
realizados no mundo.

Entre eles, estão testes iniciados no ano passado pela empresa americana Geron para o
desenvolvimento de um tratamento para paralisia.

Os tratamentos estão em fase inicial, e é provável que muitos anos se passem até que eles
sejam oferecidos à população em geral.

Segundo estimativas feitas em 2001 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), acidentes
vasculares cerebrais são responsáveis por 5,5 milhões de mortes anualmente.

De acordo com estatísticas de outras entidades, derrames cerebrais seriam a terceira causa de
morte mais comum no mundo, superados apenas por problemas cardíacos e todos os tipos de
câncer combinados.

Os testes clínicos para terapias que usam células-tronco no tratamento de pacientes que
sofreram derrames cerebrais estão sendo feitos pela companhia Reneuron Group plc, com
sede no Reino Unido.

O diretor da empresa, Michael Hunt, disse que ainda há um longo caminho a percorer na busca
por um tratamento. Segundo ele, se tudo correr muito bem, a previsão mais otimista é de que o
tratamento esteja disponível no mercado dentro de cinco anos.

Fonte: Folha.com


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