Uso de suplementos requer cuidados

20 de Maio de 2013

suplementosPara ter um corpo saudável, é necessário repouso, alimentação e treino. Porém, na busca rápida por resultados, as pessoas têm utilizado indiscriminadamente os suplementos alimentares. Como o mau uso desses produtos pode ocasionar sérias reações no organismo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entidades ligadas à Medicina do Esporte e especialistas têm se preocupado em alertar a população em relação à utilização em excesso.

No Brasil, existem os suplementos vitamínicos ou minerais. Esses produtos servem para complementar a dieta do dia a dia de uma pessoa saudável, principalmente em casos em que sua ingestão, a partir da alimentação, acaba sendo insuficiente ou quando a dieta requer algum tipo de suplemento.

Além disso, também existem os suplemento para atletas. Esse produto pode atender às necessidades nutricionais específicas e auxiliar no desempenho do exercício. Eles podem ser classificados como suplemento hidroeletrolítico; suplemento energético; suplemento proteico; suplemento para substituição parcial de refeições; suplemento de creatina e também suplemento de cafeína.

Na última semana, o boletim Consumo e Saúde, divulgado pela Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça (Senacon) e pela Anvisa chamou atenção principalmente para os suplementos que vêm com a promessa de resultados mais rápidos no ganho de massa muscular, definição corporal, redução de gordura e de peso, aceleração do metabolismo ou melhora do desempenho sexual. De acordo com os órgãos, essas promessas contribuem para o uso abusivo dessas substâncias.

Outro problema destacado pelo boletim são os produtos comercializados ilegalmente, pois eles podem conter substâncias que não são permitidas para alimentos. Como, por exemplo, a substância dimethylamylamine, o DMAA, que é um estimulante usado, principalmente, no auxílio ao emagrecimento e no aumento do rendimento atlético, já proibida comercialmente no Brasil e em vários outros países.

Exagerado

O membro do Conselho Regional de Educação Física (Cref 5) e especialista em Nutrição Humberto Barroso da Fonseca afirma que, hoje, os suplementos alimentares são utilizados de forma exagerada e sem orientação de nutricionistas ou médicos especialistas. “Nas academias, o uso desse tipo de produto é indiscriminado”, disse.

Ele acrescentou que a falta de um controle mais efetivo por parte dos órgãos responsáveis facilitam o uso exagerado dessas substâncias. “Muitas vezes, as pessoas utilizam o produto porque um amigo indicou”, destacou. Mas, o especialista em Nutrição ressalta que existem expectativas para que essa legislação seja modificada.

Fonseca comentou que, ao procurar um especialista, a pessoa poderá ser indicada corretamente sobre qual suplemento deve utilizar para aquele tipo de exercício que está realizando. “O produto deve ser utilizado somente quando a alimentação não pode fornecer aquelas substâncias que ele precisa”.

Para o médico do esporte Marcus Strozberg, existem três grupos de suplementos alimentares. Os primeiros são aqueles podem ajudar nos resultados se forem bem utilizados, o segundo grupo é daqueles que não têm comprovação científica, porém não fazem mal à saúde. O último são aqueles produtos nocivos à saúde devido ao uso de estimulantes e também derivados de hormônios.

Prejudicial

“Se bem utilizado, os suplementos podem nos ajudar bastante. Mas, o problema é que, hoje, temos uma geração que entra na academia e vai logo comprando esses produtos. Muitas vezes, essa forma de utilização chega a ser prejudicial ao seu objetivo”, comentou Strozberg.

Segundo o médico, na prática, o suplemento é uma ferramenta que, se for utilizada de forma correta e adequadamente, poderá ajudar bastante o atleta. No entanto, se a utilização for errada e exagerada poderá provocar alguns problemas.

O educador físico Romney Dantas Martins acredita que o maior problema é que, na grande maioria dos casos, as pessoas utilizam os suplementos somente através de indicação de colegas. “Dessa forma, o atleta consome nutrientes desnecessários para o seu corpo”. Ele destacou que essas substâncias são apenas complementos à alimentação normal das pessoas e devem ser usadas somente em casos que atendem às suas necessidades. “É importante que os atletas tenham o cuidado de procurar um nutricionista”.

Mais informações

Em caso de dúvida sobre a composição de um alimento, é recomendado entrar em contato com a Anvisa pela Central de Atendimento, através do telefone: 0800.642.9782

Alimentação balanceada é uma boa alternativa

Uma alimentação balanceada pode ser a alternativa ideal para quem não é atleta, mas quer um corpo saudável. No entanto, os esportistas de alto nível não têm a mesma sorte e precisam desse produto para conseguir adquirir os nutrientes e proteínas necessários para o seu corpo que não encontram na alimentação.

“Quem não é atleta de alto nível pode conseguir tem um corpo saudável através de treino e alimentação. Mas, o caso muda quando falamos de um atleta, pois ele não consegue adquirir os nutrientes necessários somente com a alimentação”, comentou o membro do Conselho Regional de Educação Física (Cref 5) e especialista em Nutrição Humberto Barroso da Fonseca.

Para o médico do esporte Marcus Strozberg, nem todos precisam usar os suplementos “Só há necessidade de usar o produto quando se quer algo que não consegue na alimentação diária. Principalmente porque o cuidado com o que comer e exercícios são a chave para a saúde”, frisou.

Segundo o educador físico Romney Dantas Martins, existem alternativas aos suplementos alimentares, mas eles só conseguem agir até determinado ponto. “Se eu preciso de 120 gramas de carboidratos, não vou comer dez pães. Com o suplemento, posso adquirir isso com muito mais facilidade”, explica.

Atenção antes de comprar

Antes de comprar o suplemento alimentar, é importante que os atletas tomem alguns cuidados em relação ao rótulo e condições do produto, principalmente para não acabar adquirindo um suplemento que seja contrabandeado ou falsificado.

De acordo com a secretária executiva da Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri), Karina Kwasnicka, antes de comprar, é necessário que a pessoa veja a etiqueta do produto. Nela, deve constar informações obrigatórias – como substâncias – em português mesmo que o produto seja de outro país.

“Também é importante que seja verificado se a empresa que produz ou importa esse produto é reconhecida pela Abenutri ou Anvisa. Pois, dessa forma, o comprador terá mais segurança e poderá reclamar em algum local se algo der errado”, explicou a secretária executiva.

Além disso, quem não tiver cuidado com produtos falsificados pode acabar pagando caro, alertou Karina, já que não se sabe quais as substâncias que estarão naquele suplemento. “Além de ser prejudicial para atletas, devido ao doping, quem não for atleta pode sofrer devido a uma alergia”, frisou.

A secretária executiva da Abenutri ressaltou que as leis ineficientes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) contribuem para o contrabando de suplementos ainda não autorizados no Brasil. “A Abenutri vem trabalhando para que essa situação mude”.

A Anvisa informou que os suplementos somente podem ser vendidos em unidades pré-embaladas. Não é permitida a venda fracionada. O consumidor não deve adquirir produtos fabricados em outros países que não possuam rótulo em português ou produtos nacionais que estejam em desacordo com as normas do órgão.

Todos os alimentos e suplementos estão sujeitos ao controle sanitário da Agência e dos órgãos de vigilância sanitária dos estados e municípios. O controle sanitário se dá por meio de monitoramentos e fiscalizações decorrentes também de denúncias e de ações de outros órgãos de governo.

Dosagem

Ao utilizar o produto, o consumidor deve verificar a dosagem, obedecendo à recomendação da embalagem. E, no caso dos novos alimentos, esses devem trazer no rótulo informação do Ministério da Saúde advertindo sobre a não existência de evidências científicas comprovadas de que este alimento previna, trate ou cure doenças.

O consumidor também deve ler atentamente a lista de ingredientes e a rotulagem nutricional, informações que devem constar no rótulo de alimentos, para verificar se há no produto algum componente estranho que não lhe pareça tratar-se de ingrediente alimentar ou nutriente, por exemplo: extratos de plantas, hormônios e substâncias farmacológicas. No caso de dúvida, é recomendado entrar em contato com a Anvisa pela Central de Atendimento, através do: 0800.642.9782 para esclarecimentos.

Fonte: Diário do Nordeste


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