Vírus do tipo 1 é responsável por 97,4% dos casos de dengue no Ceará este ano

29 de setembro de 2011

Reintroduzido no Ceará em 2010, depois de quatro anos sem circular no Estado, o vírus da
dengue sorotipo Den-1 é responsável por 97,4% dos 49.304 casos confirmados da doença em
2011, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado nesta sexta-feira, 23 de setembro,
pela Secretaria da Saúde do Estado. Além do Den-1, circulam este ano no Ceará os sorotipos
Den-3, reintroduzido depois de dois anos, e Den-4, presente no Estado pela primeira vez. O
percentual das amostras isoladas é de 97,4% do Den-1, 1,8% do Den-3 e 0,9% do Den-4.

A dengue tem um comportamento peculiar. O contágio por um dos sorotipos do vírus imuniza o
paciente a esse subtipo, mas não para os demais. Assim, epidemias ocorrem com a renovação
de parcela da população, o que ocorre em cerca de cinco anos, ou pela entrada em circulação
de um novo sorotipo. Em 2010, quando o percentual de isolamento viral foi de 98,06% para o
Den-1, esse sorotipo voltou a circular no Estado pelos municípios de Tauá e Juazeiro do Norte.
Até abril, mês do pico dos casos de dengue, os dois municípios contabilizavam 40,43% de
todos os casos de dengue registrados naquele período do ano passado.

A reintrodução de um sorotipo não ameaça as pessoas por ele infectadas em anos anteriores.
As pessoas que nunca tiveram dengue ou aquelas que tiveram a doença provocada por outro
sorotipo são as mais vulneráveis, como as crianças nascidas depois da última circulação do
sorotipo reintroduzido. Este ano, a maior incidência de dengue é entre crianças de até 9 anos.
De acordo com o boletim da Secretaria da Saúde do Estado, a incidência da doença entre
menores de 1 ano está em 637,1 por 100 mil habitantes, 579,6 na faixa etária de 1 a 4 anos e
630,4 na faixa de 5 a 9 anos.

A introdução e reintrodução de sorotipos, como ocorre este ano no Ceará, aumentam também
os riscos de ocorrência de casos graves da doença. A proporção de casos graves de dengue
aumenta ano a ano. Este ano registra um caso grave para 88 casos de dengue clássica,
número que era de 383 em 2001. É preciso ressalvar que até 2006 só eram contabilizados
como casos graves os registros de dengue hemorrágica, como fazia o Ministério da Saúde.
Em 2007, o Ceará foi o primeiro estado brasileiro a incluir em seu boletim epidemiológico
os casos de dengue com complicação – aqueles que não se enquadram nos critérios de
dengue hemorrágica e quando a classificação de dengue clássica é insatisfatória por causa do
potencial de risco.


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