Vitamina D protege o organismo desde a infância

7 de Maio de 2014

downloadSe o conselho dos pediatras é prezar por uma vida ativa desde a infância, nada melhor do que se movimentar brincando. E, nos dias ensolarados, brincar fora de casa pode ser ainda mais positivo para a saúde das crianças. Isso porque tomar sol na medida certa contribui para o bom funcionamento do organismo.

Afinal, ele é a principal fonte de vitamina D, que tem esse nome por ter sido a quarta vitamina a ser descrita. Importante: o corpo só absorve de 10% a 15% do cálcio que ingerimos.

Ossos fortes

“A vitamina D tem seu benefício principal na regulação do cálcio corporal, aumentando a absorção pelo intestino. O cálcio é um mineral essencial para a formação e o fortalecimento dos ossos, além de evitar doenças como o raquitismo (na criança), e osteomalácia e osteoporose (no indivíduo adulto)”, destaca o reumatologista Pedro Antônio Haddad, membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia.

Portanto, formar uma boa reserva de massa óssea desde cedo tem reflexos no futuro. A obtenção da quantidade adequada de cálcio e dos níveis satisfatórios de vitamina D ainda na infância contribui para que a chegada à fase de perda da massa óssea – que é natural – não se transforme em risco para a saúde como um todo.

Fontes de vitamina D

O nome já diz tudo: as vitaminas são nutrientes essenciais para a vida (vita), cuja maioria possui, em sua estrutura, compostos nitrogenados (aminas), os quais o organismo não é capaz de sintetizar e que, quando faltam na nutrição, não demoram a provocar manifestações.

Como prevenção, há algumas maneiras para obtê-la. Na natureza, a vitamina D pode ser encontrada em duas formas: D2 e D3. A primeira está presente em plantas e em alguns peixes. Já a segunda é sintetizada na pele pela exposição aos raios ultravioleta, sendo considerada a mais eficaz.

Nos alimentos, as melhores fontes são os peixes de água fria – salmão, cavala, anchova, sardinha, atuam – e o óleo de fígado de bacalhau.

Ela também é encontrada, mesmo que em porções menores, na gema do ovo, no fígado, na manteiga e nos cogumelos shiitake. Há, ainda, boa concentração do nutriente em leites, iogurtes, cereais matinais e papinhas de bebê (enriquecidos com a vitamina).

Sol para todos

Além disso, Pedro Antônio Haddad recomenda a exposição solar por períodos de 15 a 20 minutos no mínimo três vezes por semana. Segundo ele, tomar sol sem protetor solar durante esse tempo, com braços, pernas e colo expostos, garante níveis satisfatórios do nutriente.

“Entretanto, após esse período, é necessário o uso do protetor solar para proteger de doenças dermatológicas, como o câncer de pele”, alerta o médico. E acrescenta: “o importante é ressaltar que o período em que há maior ativação da vitamina D cutânea é entre as 10 horas e as 15 horas, quando os raios UVB atingem sua ação plena para que ocorra esse mecanismo”.

Em condições normais, conforme o especialista, o corpo necessita das duas fontes para o metabolismo da vitamina. Já em casos especiais, suplementos à base de vitamina D podem ser utilizados, mas sempre com prescrição médica.

Suplementação

A deficiência da vitamina no organismo (causada, geralmente, por exposição inadequada ao sol, dieta pobre, doenças do fígado e do pâncreas, cirurgia no estômago, insuficiência renal, mal funcionamento das paratireoides, obesidade e doenças genéticas que afetam o metabolismo) pode causar, além das doenças nos ossos, dor muscular, articular, fadiga e também depressão e descompensação de enfermidades do sistema imune.

A suplementação, então, surge como uma alternativa viável, mas o uso de suplementos deve vir acompanhado de prudência e responsabilidade.

A suplementação de vitamina D quando realizada em excesso, segundo o médico, pode representar um risco de intoxicação. “Dentre os sintomas mais frequentes podemos destacar fraqueza intensa, irritabilidade, náuseas, vômitos, anorexia, sede excessiva e aumento da pressão arterial”.

Numa fase mais tardia, argumenta, pode causar depósitos de cálcio em vários órgãos, acarretando, por exemplo, problemas mais graves como cálculo renal. Em função desse perigo, é importante que o paciente comunique ao seu médico o mais breve possível caso tais sintomas apareçam.

O reumatologista reforça, ainda, que a suplementação da vitamina D deve ser prescrita e acompanhada por um médico, que avalia clinicamente e com a ajuda de exames complementares a necessidade de cada paciente.

Outros benefícios

De acordo com Pedro Antônio Haddad, pesquisas recentes revelam que a ação da vitamina D é bem mais diversificada do que se acreditava até então. Além da relação com o cálcio e a saúde dos ossos, ela atua como hormônio e regula funções de alguns outros órgãos e sistemas, como a paratireoide, o fígado, o pâncreas e o sistema linfático.

“A vitamina D se liga a receptores presentes em células de diversos órgãos, regulando o bom funcionamento dos mesmos. Aumenta a secreção de insulina pelo pâncreas, reduzindo o risco de diabetes tipo 2, assim como o cardiovascular, uma vez que regula a liberação de renina pelo rim (hormônio que aumenta a pressão arterial). Também regula a expressão de células cancerígenas, diminuindo a chance de câncer de mama, próstata e cólon”, informa o reumatologista Pedro Haddad.

Estudos preliminares indicam que níveis adequados de vitamina D, devido ao seu efeito modulador no sistema imune, auxiliam no tratamento de hepatite C em conjunto com as principais medicações utilizadas no tratamento da doença.

Fonte: Diário do Nordeste.


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