Quem tem arritmias cardíacas pode praticar exercícios?
3 de outubro de 2024
As arritmias cardíacas são caracterizadas por batimentos irregulares do coração, que podem ser mais rápidos (taquicardia) ou mais lentos que o normal (bradicardia). Segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), cerca de 20 milhões de brasileiros sofrem com essa condição, que é responsável por mais de 300 mil mortes súbitas por ano no país.
Em alguns casos, as arritmias são assintomáticas, sendo detectadas apenas em exames específicos. Em outros, podem causar sintomas como palpitações e falta de ar, que podem ser confundidos com um infarto.
Uma dúvida frequente entre quem tem arritmia é sobre a prática de exercícios físicos: é perigoso? Quais atividades devem ser evitadas? A resposta depende do tipo de arritmia, já que elas podem ocorrer em diferentes partes do coração e ter riscos variados, de benignas a malignas. Além disso, é fundamental avaliar se o paciente apresenta sintomas, como palpitações ou falta de ar, e se o coração é estruturalmente normal ou apresenta alguma patologia.
Avaliação médica para quem tem arritmia cardíaca
Algumas pessoas apresentam arritmias em repouso, ou seja, não são provocadas pelo exercício físico, e até diminuem quando começam a se exercitar. Essas arritmias são consideradas mais benignas, desaparecendo com o aumento da frequência cardíaca durante o exercício.
Por outro lado, existem casos em que a arritmia surge com exercícios de alta intensidade, o que pode estar relacionado a fatores como artérias obstruídas, espessamento do músculo cardíaco (de origem genética) ou alterações elétricas do coração, que nem sempre são fáceis de diagnosticar.
Por isso, é fundamental realizar uma avaliação médica antes de iniciar atividades físicas, especialmente para quem está sedentário e pretende começar exercícios intensos, já que isso pode desencadear arritmias.
Embora essa preocupação seja válida, o sedentarismo é um risco maior para o desenvolvimento de várias doenças, incluindo arritmias. Assim, mesmo sem sintomas, é recomendável fazer uma avaliação médica para seguir as orientações corretas.
Os exames mais comuns para detectar arritmias incluem:
- Eletrocardiograma: avalia a atividade elétrica do coração e ajuda a identificar irregularidades nos batimentos cardíacos;
- Teste ergométrico: monitora o coração antes, durante e após o esforço físico, identificando alterações cardíacas;
- Ecocardiograma: um ultrassom que verifica a estrutura do coração e possíveis problemas nas válvulas;
- Holter: um dispositivo que registra os batimentos cardíacos durante 24 horas para identificar arritmias ao longo do dia ou da noite.
Quais são os exercícios físicos recomendados para quem tem arritmia cardíaca?
De modo geral, não existe um tipo específico de exercício físico recomendado para quem tem arritmia cardíaca. As atividades que devem ser evitadas ou realizadas variam de acordo com cada pessoa, levando em conta as particularidades de cada caso.
Após o diagnóstico de arritmia, o primeiro passo é identificar a causa do problema e, a partir disso, definir o tratamento e as orientações adequadas. Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos, e em outros, a prática esportiva pode ser restrita, embora para a maioria das pessoas, não exista uma atividade física específica que precise ser evitada.
Os exames auxiliam a determinar a frequência cardíaca ideal para o paciente realizar atividades físicas de forma segura. Com base nesses resultados, a recomendação é buscar exercícios que mantenham a frequência cardíaca dentro dos limites adequados, evitando ultrapassar os valores identificados como seguros.
Qual o tratamento e prevenção de quem tem arritmia cardíaca?
Com base no diagnóstico, o médico define o tratamento mais adequado para o paciente com arritmia. Entre as opções de tratamento estão o uso de medicamentos específicos e o implante de marcapassos e a ablação por radiofrequência, que é uma técnica avançada para tratar algumas arritmias. Esse procedimento é realizado com o uso de cateteres inseridos por uma veia, sem cortes ou a abertura do tórax, e geralmente requer apenas dois dias de internação.
Adotar hábitos saudáveis também pode ajudar na prevenção ou controle das arritmias. Isso inclui reduzir o estresse, manter uma alimentação equilibrada, evitar o consumo excessivo de álcool e energéticos, controlar a pressão arterial, não fumar e praticar exercícios físicos regularmente.